Somos seres sociais e vivemos em comunidade.

Quando desenvolvo a minha inteligência emocional que envolve autoconhecimento, regulação emocional e cultivo de relacionamentos empáticos, além de habilidades para bem viver em sociedade contribuo para a saúde de todos.

Saúde emocional é crucial para a nossa felicidade ou para encontrarmos sentido e propósito na vida. Ela diz respeito a como nos sentimos em relação a nós mesmos, com as outras pessoas e como lidamos com as dificuldades e desapontamentos na vida.

A educação emocional nos ensina como reconhecer e lidar com as emoções, a desenvolver habilidades sociais de convívio e de resolução de conflitos. Enfim, ela é orientada para promover o bem-estar englobando competências sociais e emocionais.

Ela ajuda a prevenir psicopatologias [transtornos mentais] decorrentes da inabilidade de lidar com as emoções, como ansiedade, violência, depressão e problemas psicossomáticos.

Para todos, surgem na vida situações desafiantes e de difícil solução. Cada um de nós responde de maneira diferente.

MAS O QUE SÃO SITUAÇÕES DESAFIANTES?

O significado de uma situação assim como a nossa percepção sobre ela, varia muito, dependendo da pessoa. Tomemos como exemplo um esporte radical. Ele pode ser fonte de prazer para alguns e de medo para outros.

Se consideramos que um evento possa ser difícil, estressante ou perigoso, automaticamente procuramos determinar como lidar com ele.

Algumas pessoas podem tentar ignorá-lo; outros procurarão formas para se acalmar sozinhos ou pedindo ajuda aos amigos; e outros tentarão resolver ativamente o problema.

Algumas estratégias são mais efetivas que outras, melhorando a situação no curto prazo e outras, em longo prazo. Tomemos como exemplo o cuidado com a saúde. É melhor ir cuidando da saúde se engajando em um estilo de vida mais saudável, ou esperar ficar doente para tomar medicamentos?

Tem até um provérbio oriental que fala sobre isso:

“Manter a ordem, em vez de corrigir a desordem, é o princípio básico da sabedoria. Curar a doença depois que ela aparece é como cavar um poço quando se tem sede, ou forjar armas com a guerra iniciada”.

Muita sabedoria, não acha?

Quando uma pessoa tem um amplo repertório de habilidades para enfrentamento e usa diferentes estratégias para lidar em diferentes situações, elas têm o que se chama de “flexibilidade de enfrentamento”. Uma pesquisa mostrou que tal flexibilidade é associada com resultados positivos quando confrontado com situações difíceis.

Estudos sobre habilidades ressaltam duas possibilidades:

  1. Estratégias focadas na emoção: estratégias que focam em diminuir os sentimentos negativos que uma pessoa tem após uma situação difícil ou estressante;
  2. Estratégias focadas na ação: estratégias que tentam melhorar ou mudar a situação.

QUAL A DIFERENÇA ENTRE ESSAS ESTRATÉGIAS?

As estratégias focadas na emoção envolvem fazer qualquer coisa que faça a pessoa se sentir melhor ou menos estressada. Elas não mudam a realidade da situação, e são usadas simplesmente para evitar a dor ou sentimentos difíceis, ou ajudar a pessoa a se sentir melhor. Exemplos são: usar bebida alcóolica, ir ao cinema, fazer compras, tomar ansiolíticos, conversar com um amigo, etc.

Já as estratégias focadas na ação incluem todas as coisas que fazemos para tentar mudar ou melhorar a situação. Exemplos: ativamente tentar resolver o conflito ou problema, procurar ajuda e/ ou conselhos com amigos, familiares, profissionais habilitados, etc.

Algumas estratégias de enfrentamento já estão automatizadas em nós aprendidas ao longo da trajetória de vida, mas podemos aprender sempre pensando ativamente e escolhendo a melhor em situações específicas. O sucesso depende dos hábitos do individuo e de seus recursos [ex: rede de afeto, habilidades desenvolvidas, e de como lida com as emoções]

Algumas pessoas enfrentam as situações de forma menos favorável porque não conhecem qual estratégia é mais efetiva, enquanto outras, escolhem estratégias inadequadas. Essas pessoas tendem a experimentar mais estresse em suas vidas e acabam por se sentir presas e desempoderadas para mudar as circunstâncias.

Muitos autores denominam as estratégias para lidar com problemas de “Resiliência”, que em geral significa “todas as coisas que aumentam a experiência de bem-estar da pessoa em face de significante adversidade”.

Resumindo: Resiliência engloba a ideia de que a pessoa mais resiliente se adapta e se ajusta melhor às adversidades. As características individuais tais como habilidades de enfrentamento, além de fatores socioambientais parecem sera chave para a adaptação.

Alguns aspectos da resiliência não podem ser ensinados ou alterados facilmente como as experiências traumáticas da infância, tipo de apego dos pais e modelos positivos internalizados.

Assim, ensinar habilidades de enfrentamento desde a mais tenra idade ou mesmo para adultos pode levar a melhoria nas habilidades sociais. Isso inclui desde solicitar e aceitar ajuda dentre outros.

Todas essas habilidades socioemocionais contribuem para a nossa saúde mental.

 MAS O QUE É SAÚDE MENTAL? 

Segundo Daniel Siegel, pai da Neurobiologia Interpessoal seria:

“Uma mente integrada que permite empatia, resiliência e harmonia”.

Já a mente não integrada gera caos e rigidez nos comportamentos, podendo levar a desajustes nos relacionamentos.

Ele ressalta ainda que uma mente integrada é uma mente com Mindsight – ser capaz de ver a mente em si mesmo ou nos outros.

Já a empatia seria a percepção de como sentimentos e pensamentos e memórias funcionam em outra pessoa.

COMO A PSICOLOGIA POSITIVA PODE CONTRIBUIR PARA A EDUCAÇÃO EMOCIONAL?

A Psicologia Positiva, criada por Martin Seligman, tem o objetivo de explorar no individuo o que faz a vida valer a pena e produzir condições para isso. Ressalta que não basta apenas compreender o sofrimento e desfazer as condições debilitantes da vida.

Esse ramo da psicologia consiste em um movimento que foca nas forças pessoais, nas virtudes e no bem-estar e tem o objetivo de aumentar a quantidade de satisfação com a vida. Enfatiza o que é necessário para construir uma vida com bem-estar e propõe exercícios que efetivamente contribuem para isso. Tudo isso baseado em pesquisas científicas. Engloba 5 pilares:

Ao somar conhecimentos de educação emocional e os da psicologia positiva, podemos ampliar esse processo educativo com as ferramentas gerando objetivos bem maiores como os que seguem:

ESTRATÉGIAS UTILIZADAS NA CLÍNICA PARA A EDUCAÇÃO EMOCIONAL

1.Tratamento psicoterápico EMDR e suas ferramentas para resolução de traumas, de autoconhecimento e de regulação emocional  Baseado na neurociência de como o cérebro funciona e como a sua desregulação impacta na nossa saúde mental   “EMDR- uma psicoterapia revolucionária”
2.Associada a essa terapia trabalhamos também as questões sobre o sentido e proposito de vida  “Uma visão completa e prática do que é ter sentido na vida”