SÃO 4 PILARES COMPÕEM O SENTIDO DA VIDA…
PERTENCIMENTO
CONEXÃO
Todos precisamos dar e receber afeto. Achar nossa tribo. Biologicamente falando somos mamíferos que gostam, em sua maioria, de viver em grupos.
Pesquisas mostram que a sensação de pertencimento é a mais importante como acionadora de sentido.
Segundo os psicólogos, as pessoas sentem-se integradas quando duas condições são cumpridas:
- Mantém relações baseadas no carinho mútuo onde todos se sentem amados e valorizados. As pessoas acham que você é relevante e o tratam como tal e você acredita que é relevante;
- Têm interações frequentes e prazerosas com os outros regularmente como quando os pais brincam com os filhos, os casais ficam juntos e compartilham assuntos.
Assim, os estudos constatam que as pessoas precisam de algo além de alimento e abrigo para ter uma vida plena e saudável. Precisam de amor e carinho. Precisam ter laços com alguém.
Émile Durkheim, o pai da sociologia, na sua obra “O suicídio”(1897) examinou a questão do porquê as pessoas se matam e descobriu que o suicídio não é apenas um fenômeno individual decorrente de problemas pessoais mas também um problema social. Constatou que as pessoas ficam mais predispostas ao suicídio quando são marginalizadas de suas comunidades e livres de todas as restrições sociais impostas por essas comunidades. Lugares onde o individualismo é muito valorizado e as pessoas são excessivamente autossuficientes, os indivíduos não florescem nesses ambientes mas o suicídio sim. Essa pesquisa parece tão atual, não é?
Sem os limites e as tradições da comunidade, a sociedade cai em uma situação de falta de objetivo e de normas- a Anomia segundo o pai da sociologia, e as pessoas se sentem sem rumo e desesperançadas.
“A compaixão é o cerne do pilar do pertencimento. O sentido jaz nos outros. Apenas nos concentrando nos outros construímos o pilar do pertencimento tanto para nós como para eles. Se quisermos achar sentido em nossas vidas, temos de começar estendendo a mão”, ressalta Emily Smith.
PROPÓSITO
Fluxo da vida e desafios – Missão
O Propósito não precisa ser grandioso aos olhos do mundo, mas você sente que faz a diferença no mundo.
Segundo William Damon, psicólogo do desenvolvimento em Stanford, o propósito tem duas dimensões relevantes:
- É uma meta “estável e de longo alcance”, pela qual estamos sempre trabalhando. É a seta que motiva nosso comportamento e serve de princípio organizador da vida;
- Envolve uma contribuição ao mundo. Desejo de fazer diferença e que vai além do self.
Outra coisa importante, para se viver com propósito é preciso autorreflexão e autoconhecimento. Todos temos pontos fortes , talentos, ideias e experiências diferentes que nos moldam, daí termos propósitos diversos que se encaixam no que somos e valorizamos- a nossa personalidade.
O psicólogo Erik Erikson definiu a identidade como algo complexo e multifacetado que envolve:
- Quem eu sou?
- De onde vim?
- Para onde vou?
- E como me ajusto à sociedade e ao mundo?
Aquela pessoa que tem uma ótima compreensão da própria identidade está ciente de seus princípios fundamentais, seus valores e objetivos na vida e também sabe da influência que seus grupos e comunidades exerceram sobre si. Consegue responder a pergunta fundamental na fase adulta:
Que tipo de pessoa eu sou e que tipo de pessoa quero ser?
E como nossa identidade é dinâmica, no final da vida, pode responder:
Que tipo de pessoa eu fui e estou satisfeito com isso?
Se viveu segundo os próprios valores e alcançou os seus objetivos de vida encontrará nessa fase integridade do ego em vez de desespero.
Quem se conhece pode escolher caminhos alinhados aos seus valores e habilidades em todas as áreas da sua vida.
A pessoa movida pelo propósito não está preocupada com os benefícios pessoais, mas em tornar o mundo um lugar melhor.
“Comece em você a mudança que quer ver no mundo” como disse Mahatma Gandhi.
NARRATIVA
Nossa história e os aprendizados
A narrativa nada mais é do que o processo de elaboração da história de cada um. Ela ajuda o narrador a ligar os acontecimentos da vida de novas formas, adquirindo discernimento sobre suas experiências e aprendendo lições que antes lhe escapavam. Ou seja, é importante que o narrador possa refletir sobre a sua experiência e extrair o seu sentido. Que ao invés de olhar com os olhos da criança ferida possa enxergar as cicatrizes do adulto e todo o aprendizado decorrente daí.
A antropóloga Bateson diz que nossas identidades e experiências estão em constante mutação, a nossa história é um ato de criação – o livro da nossa vida. Cada um de nós trabalha com a improvisação, descobrindo o formato de nossa criação no decorrer do caminho. Ao pegarmos fragmentos distintos de nossa vida – nossa Time Line [ou a nossa Linha do Tempo], criamos um todo unificado que nos permite enxergá-la como algo coerente, com sentido, enfim que tem um porquê que não dependeu só de nós mas de um conjunto de pessoas que passaram em nossa vida. Somos o conjunto da ópera!
Histórias são essenciais para definir a nossa identidade– entender quem somos e como nos tornamos assim.
Segundo o psicólogo Dan McAdams, a identidade narrativa é a história internalizada que criamos sobre nós mesmos. Podemos compartilhar a nossa história com outros quando queremos a compreensão alheia, ou quando queremos saber quem é a outra pessoa, pedimos que divida conosco parte de sua história. Ele chama atenção para o fato de que a história de vida de uma pessoa não é o todo que lhe aconteceu mas o que preferiu escolher, sejam fatos bons ou ruins. Assim as situações não determinam o que somos, mas o que percebemos e como reagimos a elas.
Uma das grandes contribuições da psicoterapia é a idéia de que podemos editar, revisar e interpretar a história de nossa vida. A função da psicoterapia é ajudar os pacientes a reescreverem a sua história sob um prisma mais positivo. Podemos pensar nas perdas de forma a possibilitar o nosso crescimento.
TRANSCENDÊNCIA
Transcendência e libertação
Em estados transcendentes, acontecem duas coisas maravilhosas:
- Nosso senso de self vai embora junto com suas preocupações e desejos triviais;
- Em seguida, sentimos uma ligação profunda com os outros e com tudo o que existe no mundo.
E assim, nossas angústias acerca da existência e da morte evaporam e a vida parece por um instante fazer sentido- vem a sensação de paz e bem-estar.
Os cientistas chamam essa reação emocional de “assombro”. Ele é sentido quando percebemos algo tão magnífico e incomensurável que não conseguimos entender, como uma paisagem esplêndida, uma canção maravilhosa, um ato de extrema generosidade ou o divino. O assombro desafia os modelos mentais que empregamos para entender o mundo.
Segundo William James , grande psicólogo americano do século XIX, todas as experiências místicas ou transcendentais têm quatro características:
- São passivas, ou seja, a sensação mística parece se originar de uma força externa;
- São temporárias. A sensação do divino dura pouco tempo, brota e se esvai logo;
- São inefáveis, isto é, as suas propriedades têm de ser vivenciadas diretamente: não podem ser comunicadas ou transferidas a outrem;
- São noéticas, ou seja, transmitem conhecimento e sabedoria.”São estados de percepção das profundezas da verdade inexplorados pelo intelecto discursivo”.
O assombro afeta nosso senso de self e surge o que se chama o “paradoxo da transcendência”- leva os indivíduos a se sentirem insignificantes e ao mesmo tempo ligados a algo enorme e cheio de sentido. Meditadores experientes sentem isso e astronautas quando voltam para a Terra após visualizarem o planeta como minúsculo frente a grandiosidade do universo também experimentam esse fenômeno que se convencionou chamar de “efeito panorâmico”.
Dois neurocientistas, Newberg e D’Aquili ao estudarem o cérebro de meditadores com exames de neuroimagem tipo a tomografia computadorizada SPECT, onde se injeta uma substancia radioativa e pode-se se verificar a quantidade de sangue que flui para diversas áreas do cérebro, puderam verificar que no auge do momento místico havia queda na atividade do lobo parietal superior e posterior – área de associação orientadora– cujas principais funções são localizar o self no espaço, ficar de olho nos limites físicos e discernir o self do não self.
E o que os meditadores sentiam nessa hora?
Sentiam-se ligados a tudo e a todos, com um senso de unidade.
No cérebro de sufistas em meditação, observaram uma diminuição da atividade do lobo frontal, responsável pela tomada de decisões conscientes e por dar ao indivíduo a sensação de controle sobre seus ambiente e seus atos.
EM NOSSA CLÍNICA TRABALHAMOS OS 4 PILARES DO SENTIDO DA VIDA UTILIZANDO:
- Terapia do Esquema onde se avalia o porquê eu me comporto do jeito que me comporto;
- Eneagrama que mostra muito quem é você;
- Psicoterapia EMDR(vide texto no site) que auxilia no desbloqueio de comportamentos disfuncionais que impedem o fluxo saudável na vida;
- Logoterapia, psicoterapia do Logos [=Sentido] que tem como foco a busca pelo sentido Na/De vida, principal motivação de todo ser humano.
Médica formada há 34 anos, autora do livro “Gastronomia Funcional e os princípios da medicina funcional”; alia o seu conhecimento da MEDICINA FUNCIONAL (abordagem nas 4 dimensões humanas- física, mental, emocional e existencial), à ACUPUNTURA e à PSICOTERAPIA para tratar o individuo de acordo com as suas necessidades.