Muitas pessoas vivem um ciclo sem fim de compulsão alimentar seguida de culpa e provocação de vômitos, uso de laxantes e/ou exercícios em excesso para compensar a ingesta.

Tentam dietas restritivas de vários tipos, mas no meio do caminho não toleram a restrição e retornam à compulsão.

Esse ciclo vicioso deixa frustração, tristeza e deficiências nutricionais que perpetuam a compulsão como em um looping sem saída.

Ciclo da compulsão alimentas

O cérebro precisa receber os nutrientes tais como magnésio, zinco, vitaminas do complexo B e aminoácidos (menor pedaço da proteína) para fabricar neurotransmissores (mensageiros químicos) chamados serotonina, dopamina que funcionam como reguladores das funções cerebrais. Esses nutrientes provêm do trato digestório.

Com a restrição alimentar e o uso de métodos para liberar a comida ingerida (vômitos, laxantes…), surgem desequilíbrios no funcionamento do cérebro que podem levar a alterações no comportamento como irritação, explosões de raiva, cravings (necessidades urgentes) de alguns alimentos tais como doces, queijos e até de bebidas alcóolicas, dificuldades em se concentrar, fadiga física, baixa na função imune dentre outros. Ou seja, surgem alterações na bioquímica cerebral com comportamentos disfuncionais.

Na abordagem mente, corpo e emoções, busca-se conhecer o primeiro episódio de compulsão alimentar que iniciou todo o ciclo vicioso.

Às vezes, a causa desse ciclo está bem distante na infância relacionada a estresses repetidos cuja única fonte de conforto era a comida. Outras, foi devido a traumas por perdas, lutos, bullying, humilhações, traições que provocaram emoções tipo raiva, frustração, tristeza, culpa, vergonha que não foram bem elaboradas e mantem esse ciclo ativo por terem gerado crenças negativas sobre o individuo que ele acredita serem verdadeiras tais como: não tenho valor, sou fraco, não sou capaz, tenho defeito de fábrica.

Todo esse ciclo que envolve o corpo, a mente e as emoções pode ser quebrado quando se associam ferramentas de tratamento que envolvem:

  1. Orientações alimentares que atendam às necessidades do organismo;
  2. Técnicas de autorregulação emocional;
  3. Psicoterapias que acessem os traumas e estresses repetidos de forma a atualizar o funcionamento do cérebro para a idade real do paciente. A mente consegue entender que o tempo do trauma já passou e as crenças negativas que foram criadas naquele tempo não são verdadeiras, ou seja, o individuo consegue enxergar as suas qualidades e o que precisa melhorar para lidar com os problemas.

É importante saber que todo esse processo leva a criação de DEFESAS psicológicas tipo “Não tenho controle sobre a comida”, “Tenho urgência para comer” as quais são passíveis de serem dessensibilizadas e amenizadas durante o processo de psicoterapia.

Quando se alia a ACUPUNTURA, que ajuda o organismo a liberar ENDORFINAS (mensageiros químicos que acalmam a mente e reduzem a dor dentre outras funções), o individuo consegue aumentar o controle sobre a ingesta da comida, de álcool, de drogas em geral.

As mais recentes PSICOTERAPIAS baseadas no funcionamento do  cérebro como o EMDR (Vide artigos nesse site: : “EMDR- uma psicoterapia revolucionária” , “Trauma- Como podemos ajudar?”) e o BRAINSPOTTING (Vide artigo nesse site: “O que é Brainspotting? – Esse método pode equilibrar o nosso sistema?”) conseguem acessar de forma muito profunda REDES DE MEMÓRIAS relacionadas ao ato da compulsão alimentar e reconsolidá-las. Isso leva a ALÍVIO de emoções e tem um EFEITO libertador.

Quando se orienta sobre a alimentação e se suplementa com vitaminas, minerais, aminoácidos, ômega 3 e outros suplementos específicos a cada caso individual, o resultado é uma abordagem global sobre todos os aspectos mentais, emocionais e das necessidades orgânicas e o que se espera é uma QUEBRA no looping da compulsão.

4 dimensões humanas

7 ESTRATÉGIAS UTILIZADAS NO TRATAMENTO DAS COMPULSÕES ALIMENTARES

Utilizamos em nossa clínica uma abordagem sistêmica englobando fatores do corpo, da mente e das emoções com ferramentas terapêuticas da Medicina Funcional, da Medicina Chinesa e da Psicoterapia:

1.Orientação alimentar rica em alimentos com fibras, anti-inflamatórios e desintoxicantes individualizada baseada nos exames laboratoriais
2.Plantas medicinais ocidentais e orientais para acalmar as emoções, modular o sono, o sistema digestório, imune e hormonal Fórmulas magistrais chinesas
3.Fórmulas com vitaminas e minerais para repor os nutrientes depletados e melhorar o metabolismo
4.Suplementos tais como ômega 3, cúrcuma, resveratrol, probióticos, aminoácidos para a produção de neurotransmissores tal como a serotonina, dopamina e os específicos para o quadro clínico
5.Acupuntura como técnica de regulação do sistema nervoso no controle das emoções, do estresse, do sono e do sistema digestório, imune dentre outros – veja mais em: Acupuntura  “Acupuntura: indicações”  “Home Office- Acupuntura pode ajudar?
6.Tratamento psicoterápico baseado na neurociência de como o cérebro funciona e como a sua desregulação impacta na nossa saúde mental- EMDR incluindo os traumas psicológicos que podem estar envolvidos nos quadros de compulsão alimentar – artigo: “EMDR- uma psicoterapia revolucionária” , “Trauma- Como podemos ajudar?”, “O que é Brainspotting? – Esse método pode equilibrar o nosso sistema?
7.Associada às psicoterapias trabalhamos também as questões sobre o sentido e proposito de vida – artigo: “Uma visão completa e prática do que é ter sentido na vida