Um estudo observacional recente, publicado em 08 de Outubro de 2018 na revista Câncer, liderado pelo oncologista Rowan Chlebowski [do Departamento de Oncologia Médica e Pesquisa Terapêutica do Centro Médico Nacional City of Hope, na Califórnia, Estados Unidos] envolveu 61.335 mulheres na fase de pós menopausa que não tinham histórico de câncer de mama e com mamografias normais, constatou que a redução em 5% do peso representou em 12% de diminuição do risco de câncer de mama.

As medidas do peso, da altura e do índice de massa corporal foram levantadas no inicio do estudo e três anos mais tarde. Os achados revelaram durante um follow up [seguimento] médio de 11,4 anos que houve 3.061 novos casos de câncer de mama invasivos diagnosticados.  Mulheres que ao longo dos anos perderam ao menos 5% do peso – 8.175 delas – apresentaram risco de câncer de mama 12% menor do que aquelas que permaneceram com o peso estável.

Mas, embora o ganho de peso de ao menos 5% não tenha sido associado a um risco maior de câncer de mama, de maneira geral, esse ganho representou um aumento de 54% de chance de aumento no câncer de mama.

O autor do estudo diz: “Esses achados sugerem que intervenções para perda de peso em mulheres na pós menopausa pode resultar em uma redução no risco de câncer de mama”.

Ele menciona que cerca de 1/3 das mulheres na fase de pós menopausa nos EUA [Estados Unidos da América] são obesas e que a obesidade [de acordo com estudos prévios] é um estabelecido fator de risco para o câncer de mama nessa fase.

A ABORDAGEM DA MEDICINA FUNCIONAL DO CANCER

Segundo o Dr.Mark Hyman, médico funcional do Institute of Funcional Medicine nos EUA, no seu excelente artigo“5 estratégias para prevenir e tratar câncer” no seu blog, devemos ampliar a visão da prevenção e do tratamento dos cânceres para muito além das terapêuticas existentes com foco nas células cancerígenas.

Ele comenta que além de queimar o tumor com radioterapia, arrancá-lo com cirurgia e enevenená-lo com quimioterapia, há de se questionar o porquê que essas células encontraram solo fértil para se desenvolver nessa pessoa.

Nessa visão mais ampliada da Medicina Funcional [vide neste site a matéria”Cancer: como a ciência atual o vê], o câncer resulta de um desequilíbrio do sistema onde o sistema imune não consegue combater a formação de tumores.

Então, o que podemos fazer para cultivarmos um terreno biológico saudável?

O que podemos fazer quando já recebemos um diagnóstico de câncer e já nos submetemos ao tratamento tradicional – cirurgia, radioterapia, quimioterapia dentre outros – de forma a reajustarmos o terreno onde o câncer se assestou?

resistência a insulina, um desequilíbrio encontrado no Diabetes mellitus, no pré-diabetes, na obesidade e na raiz de várias doenças degenerativas incluindo o câncer poderia explicar a raiz comum da associação em excesso de peso e desenvolvimento de câncer. Contudo mais e mais estudos ainda terão que ser feitos para demonstrar relação direta entre causa e efeito.

Numerosos fatores podem contribuir para o câncer. Estudos mostram que a dieta, o exercício, o estresse e as toxinas ambientais podem influenciar na iniciação, no crescimento e na progressão do câncer.

Enquanto uma dieta pobre em nutrientes e rica em açucares, a falta de exercício, o estresse crônico, os poluentes e os metais tóxicos do ambiente podem desencadear câncer por ativação de genes;  uma dieta rica em nutrientes, fibras e fitonutrientes, a prática  regular de exercício, a alteração de pensamentos e mudanças na forma de lidar com os problemas – a resiliência – e a detoxificaçao [eliminação de toxinas pelos sistemas de biotransformaçao e de eliminação do corpo] poderiam melhorar as ferramentas de combate ao desenvolvimento de células cancerígenas no nosso terreno biológico.

Vamos aproveitar essa visão ampliada de saúde da Medicina Funcional e agir desde já combatendo esses fatores?

Vejamos quais são as 5 estratégias sugeridas pelo Dr.Hyman:

  1. Dieta rica em nutrientes: a alimentação baseada em produtos alimentícios ricos em açúcar leva a aumento da resistência a insulina e as suas consequências; Diabesity [obesidade+ Diabetes] afeta 1.7 bilhões de pessoas no mundo. Estima-se que 1 em cada 2 americanos serão afetados pela diabesidade em 2020. O controle da resistência à insulina com a ingestão de alimentos integrais, frescos, orgânicos  ricos em fibras é uma das medidas mais importantes para a prevenção e o  combate aos câncer;
  2. Eliminaçao de alimentos alergênicos: os sensibilizadores mais comuns ligados  a alergias alimentares e consequente resistência a insulina são os derivados de leite e o glúten. Deve-se investigar cada paciente para verificar a necessidade da retirada desses alimentos de sua dieta. Quando necessário, a retirada desses alimentos permite que o corpo desinflame;
  3. Reduzir inflamação crônica: a inflamação crônica do corpo conecta a maioria das doenças crônico degenerativas incluindo o câncer. A inflamação crônica leva a resistencia a insulina;

4. Melhorar a saúde intestinal: Dr.Michael Ruscio em seu excelente  livro “Healthy gut, healthy you” [“Intestino saudável, você saudável”] afirma que o intestino delgado compreende 56% do nosso trato intestinal; é responsável  por 90% da absorção calórica e de nutrientes  e que ele tem um profundo impacto sobre o sistema imune porque 70% desse sistema de defesa localiza-se no intestino delgado. Alberga um grande número de bactérias – o microbioma- com várias funções.

Então além de evitar alimentos inflamatórios, alergênicos, de adicionar probióticos e prebióticos, a cúrcuma, o resveratrol, devemos ingerir alimentos ricos em fitonutrientes;

5. Reduzir exposição tóxica através da ingestão de água de boa qualidade [vide neste site o artigo: “As surpreendentes verdades que ninguém nunca te contou sobre a água que você bebe!”]; evitar bisfenol A, ftalatos, pesticidas, metais tóxicos [mércurio, chumbo, cadmio, arsênico, etc.] porque as substâncias químicas geram efeitos deletérios sobre a biologia humana e que pode desencadear processos neurodegenerativos e pró-cancer.

Associados as 5 estratégias acima, não devemos esquecer que o sono adequado contribui para nossa vitalidade [vide nesse site o artigo: “Insonia- como melhorar o sono, o humor e a vitalidade”], a prática regular de exercícios [em especial os aeróbicos] contribui para reduzir a resistência a insulina e o controle do nível de estresse ajuda no enfrentamento de situações estressantes [bem presentes no nosso cotidiano!] de forma mais equilibrada e sábia.

SETE ESTRATÉGIAS COMPLEMENTARES NO TRATAMENTO AO CÂNCER

Utilizamos em nossa clínica:

  1. Um Plano alimentar anti-inflamatório, anti-alergênico  e desintoxicante individualizado baseado nos exames laboratoriais;
  2. Fórmulas magistrais chinesas no combate à inflamação, às células cancerigenas e para modular  o sistema imunológico;
  3. Fórmulas com vitaminas e minerais para repor os nutrientes depletados;
  4. Suplementos tais como ômega 3, cúrcuma, resveratrol e os específicos para o quadro clínico;
  5.  Acupuntura [vide neste site: “Acupuntura: indicações”] no controle do estresse, da dor,  para ajudar no sono e na modulação do sistema imune;
  6. Tratamento psicoterápico baseado nas mais modernas descobertas de como o cérebro funciona e dos impactos sobre ele que repercutem em nossa saúde mental- EMDR [vide nesse site o artigo: “EMDR- uma psicoterapia revolucionária”];
  7. Associada a essa terapia trabalhamos também as questões sobre o sentido e proposito de vida [Vide neste site o artigo: “Uma visão completa e prática do que é ter sentido na vida”]

Todas essas ferramentas podem ser associadas ao arsenal terapêutico tradicional de combate ao câncer [cirurgia, quimioterapia, radioterapia] de forma a auxiliar na recuperação da vitalidade do paciente e na modulação do sistema imune –  Sistema Chave no combate a eliminação das células cancerígenas. Além de ajudar na eliminação dos  efeitos colaterais decorrentes da terapêutica tradicional [vide mais informações neste site no artigo: “Câncer: estratégias terapêuticas”].