Se você está deprimido,
Você está vivendo no passado.
Se você está ansioso,
Você está vivendo no futuro.
Se você está em paz,
Você está vivendo no presente.

                             Lao Tzu

Desde épocas remotas o homem se pergunta qual o sentido da vida já que a própria vida é finita? Como viver da melhor forma possível sabendo-se que se vai morrer?
Muitos respondem: SER FELIZ.
Mas o que é mais importante: SER FELIZ ou VIVER UMA VIDA COM SENTIDO?

Neste pequeno texto, pretendemos debater sobre essas questões fundamentais da existência humana.

Vivemos uma crise de vazio existencial onde o consumo e o trabalho são os atores principais. Dormimos, acordamos, trabalhamos, consumimos, trocamos e-mails e whatsapps mas pouco ou nada debatemos sobre o porquê de estarmos aqui. A vida se resume em selfies, em satisfação dos prazeres imediatos ou temos mais a contribuir em prol de um mundo melhor ?

Esse modus vivendi nos satisfaz? Parece que não dado ao aumento crescente de pessoas que tiram a própria vida e/ou procuram formas de se anestesiar contra uma realidade que não preenche com drogas, sexo, dinheiro e poder.

O QUE É FELICIDADE?

Muitos psicólogos hoje definem a felicidade como um estado mental e emocional positivo. Quanto mais emoções positivas a pessoa apresenta, mais feliz é considerada. Mas como emoções e sentimentos são fugazes, logo a sensação de bem estar se esvai e já procuramos outra forma de obter prazer e fugir da dor. Isso é o que o filósofo grego Aristipo chamou de hedonismo na sua obra “A Arte da vida”.

Há tarefas na vida nas quais gastamos tempo com alguém próximo a nós. Fazemos a diferença na vida daquela pessoa seja cuidando ou ouvindo-a , seja como um familiar, um amigo ou profissionalmente. Recebemos em troca o seu afeto e consideração. Isso não seria mais relevante do que alguns minutos de glória onde somos mais um em um milhão ou um nada?

No belíssimo livro “O Pequeno Princípe” de Saint- Exupery há uma passagem do príncipe com a sua rosa onde o autor exemplifica que é o tempo que ele gastou com a rosa (cuidando dela sobre todos os aspectos desde aguá-la, retirar as ervas daninhas, protege-la com redoma dos ventos fortes indo até ouvir as suas queixas e vaidades) que a fez especial apesar de existir inúmeras rosas como ela. É sobre esse tempo de troca, de compartilhamento onde se encontra o sentido da vida onde fazemos a diferença para aquele ser.

Já Aristóteles nos traz o termo eudamonia que não é uma emoção positiva passageira mas algo que se faz cultivando as melhores qualidades do ponto de vista moral e intelectual. Que a vida cumpra a sua função de contribuir para a sociedade, que englobe a comunidade utilizando todo o seu potencial sem desperdiçar os seus talentos.

Enquanto o hedonismo refere-se a sentir-se bem, a eudamonia é definida como ser e fazer o bem buscando utilizar e desenvolver o que há de melhor em si.

Quanto mais eu busco o prazer para fugir da dor, mais provável é que eu gere uma vida destituída de profundidade, sentido e comunidade.

A psicóloga americana Emily Smith no seu livro inspirador “ O Poder do Sentido” coloca que as pessoas afirmam que suas vidas têm sentido quando três condições foram cumpridas:

  1. Elas consideram a sua vida relevante e digna de valor – parte de algo maior;
  2. Acreditam que sua vida tem sentido;
  3. Sentem que sua vida é guiada por uma razão de ser.

Na condução da pesquisa para a escrita do seu livro, Emily observou que quatro temas surgiam sem parar nas conversas com pessoas que levam vidas plenas de sentido e aquelas ainda em busca dele. Essas categorias também foram mencionadas por Aristóteles e por vários psicólogos. O Sentido surge:

  1. De nossas relações com os outros – Pertencimento;
  2. De ter uma missão que contribua com a sociedade – Propósito;
  3. De compreender as nossas experiências e quem somos no decorrer da narrativa – Narrativa;
  4. Além da conexão com algo maior –Transcedência.

Ela constata: “Esses pilares são essenciais aos sistemas religiosos e espirituais e são os motivos pelos quais essas tradições historicamente conferiam – e continuam a conferir – sentido à vida das pessoas”:

  1. Situavam os indivíduos dentro da comunidade – PERTENCIMENTO;
  2. Davam-lhe um objetivo pelo qual batalhar, como chegar ao céu – PROPÓSITO;
  3. Ofereciam-lhes explicações do porquê do mundo é como é, e por que eles são do jeito que são – NARRATIVA;
  4. E lhes davam oportunidades de transcendência durante ritos e cerimônias –TRANSCEDÊNCIA.

EM NOSSA CLÍNICA TRABALHAMOS OS 4 PILARES DO SENTIDO DA VIDA UTILIZANDO:

  1. Terapia do Esquema onde se avalia o porquê eu me comporto do jeito que me comporto;
  2. Eneagrama que mostra muito quem é você;
  3. Psicoterapia EMDR (vide texto no site) que auxilia no desbloqueio de comportamentos disfuncionais que impedem o fluxo saudável na vida;
  4. Logoterapia, psicoterapia do Logos [=Sentido] que tem como foco a busca pelo sentido Na/De vida, principal motivação de todo ser humano.