• Pode o supercrescimento de fungos intestinais desencadear sintomas de doenças crônicas?
  • Podem inflamar a barreira intestinal e desregular o sistema imune com aparecimento de infecções de repetição como herpes labial, genital, infecções urinárias e sinusites?
  • Problemas de pele e couro cabeludo como rosácea, caspa, pruridos, eczemas tem os fungos na sua causa?
  • Fungos podem ser responsáveis por compulsão por doces, alterações de comportamento tipo irritabilidade chegando até crises de explosões de raiva, e falta de energia?

A resposta para todas essas perguntas é sim. É lógico que esses sinais e sintomas não são decorrentes só do desequilíbrio da flora intestinal com aumento de fungos, mas se sequer cogitarmos essa hipótese, pode-se deixar passar um diagnóstico que é passível de ser solucionado ou amenizado.

MAS PORQUE ISSO ACONTECE?

Freqüente uso de antibióticos, uso de estrógeno, dieta rica em alimentos refinados com baixo conteúdo de fibras, uso excessivo de açúcar e gordura animal saturada, estresse psicológico dentre outros podem romper o equilíbrio adequado da flora intestinal composta de lactobacilos, bifidobactérias, bactérias gram(-) e fungos. Os dois últimos geralmente encontram-se em pequeno numero predominando “os mocinhos”[os lactobacilos e bifidobactérias].

Se houver um desvio dessa flora para os ditos “não amigáveis” fungos, eles se multiplicam muito já que não têm “concorrentes” e as suas toxinas liberadas no intestino e que chegam via barreira intestinal inflamada [Leaky Gut] ao sangue, podem alcançar qualquer órgão.

Assim as manifestações apresentadas podem ser devidas a:

  1. Ação direta dos fungos e de suas toxinas;
  2. Desregulação do sistema imune;
  3. Interferência na fabricação de energia pelas mitocôndrias;
  4. Alteração na absorção dos nutrientes e suas deficiências.

QUAIS SINAIS E SINTOMAS PODEM ESTAR PRESENTES?

Um desequilíbrio na flora intestinal [microbiota] por diversos fatores incluindo o supercrescimento de fungos pode levar a grande produção de toxinas  por eles que liberadas na corrente sanguínea podem atingir o cérebro e ativar a micróglia [sistema de defesa local] promovendo inflamação com alterações no funcionamento cerebral e conseqüente manifestações comportamentais tipo ansiedade, depressão, irritabilidade. Além disso, se a digestão também estiver comprometida, a quebra de proteínas para formação de neurotransmissores ficará prejudicada e pode levar a baixa de serotonina, dopamina, gaba dentre outros.

COMO SE DIAGNOSTICA?

Os exames mais utilizados são os discriminados abaixo:

  1. Pesquisa de anticorpos no sangue contra cândida
  2. Pesquisa de fungos nas fezes
  3. Pesquisa de fungos nas lesões de pele
  4. Pesquisa de metabólitos de fungos na urina.

Mas devido à sensibilidade dos testes, eles podem ser negativos mas haver o supercrescimento dos fungos na microbiota intestinal. O melhor método diagnóstico ainda é uma boa história para fatores de risco como uso de antibióticos e das manifestações clínicas como infecções fúngicas de repetição.

VENCENDO ESSA EPIDEMIA

As manifestações variam de pessoa a pessoa assim como a resposta ao tratamento. Alguns indivíduos podem precisar de um tratamento mais agressivo como o uso de medicamentos, enquanto outros necessitam de pequenas alterações na sua dieta e flora intestinal para ficarem bem.

VAMOS À ABORDAGEM MAIS COMPLETA?

  1. Reduzir uso de antibióticos, corticóides ou hormônios e manter o estritamente necessário;
  2. Utilizar a dieta antifúngica com a finalidade de “desabastecer” alimentos que os fungos usam para crescer;
  3. Identificar fungos ambientais potencialmente tóxicos na sua casa e no local de trabalho;
  4. Adequar o plano alimentar com alimentos de baixo índice glicêmico e ricos em fibras, com propriedades antifúngicas e retirar alimentos alergenicos;
  5. Recompor a flora intestinal com probióticos;
  6. Prescrever ervas ou medicamentos com ação fungicida quando necessários;
  7. Adequar a digestão devido a presença de alimentos mal digeridos;
  8. Repor vitaminas, minerais e nutrientes;
  9. Reduzir o estresse incluindo uma boa relação trabalho/repouso, psicoterapia com psicoeducação e aumento de resiliência e outras demandas emocionais de cada paciente.